Sou em mim mesma uma família inteira
Hoje, de novo, me senti desconfortável em ocupar uma mesa sozinha num lugar disputado.
Não por estar sozinha, mas por presenciar famílias esperando uma mesa, e vendo em seus olhares a indignação por eu estar ocupando uma mesa só .
Como se eu não tivesse esse direito.
Eu sei que tenho, mas por um momento, coloquei-o em dúvida.
Foi um momento bem curto. Porque logo refleti e percebi que sou em mim mesma uma família inteira, um grupo, uma multidão.
Então, sinto muito se cheguei primeiro e ocupei um lugar que é tanto meu quanto de qualquer (quaisquer) outra(s) pessoa(s) que chegasse(m)/chegue(m) antes de mim ou depois que eu me for.
Concluindo...não, eu não tenho culpa.
Não, eu não sou nenhuma coitada.
Sou apenas uma mulher que faz escolhas e,
por enquanto, escolhe permanecer só,
por falta de alternativa melhor.
Só isso e tudo isso!
Por Patricia Limeres, em 29/05/2022.
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