A viagem de Tango

Atendendo a pedidos, vou dedicar esse espaço para contar sobre as peripécias de Tango na Chapada dos Veadeiros. Ah, já ia me esquecendo de apresenta-lo. Para quem não sabe, Tango é o meu cachorro...meu melhor amigo e meu maior companheiro.

A questão é que resolvi viajar para a Chapada dos Veadeiros nas férias e não poderia deixá-lo. Então, ele veio comigo e ainda estamos aqui nesse paraíso de belezas mais que naturais.

A viagem foi longa, mas o Tango portou-se como se estivéssemos fazendo um breve passeio de carro. Comportou-se como um lord e fez uma viagem tranquila e, acredite, em absoluto silêncio. Aí, descobri que é melhor viajar com cachorro do que com criança. Pronto, falei!

Perdoe-me leitor(a), mas a verdade é que se fosse uma criança a viajar nove horas no banco de trás do carro num dia de sol, com certeza iria choramingar, reclamar, fazer manha, birra ou, na melhor das hipóteses, ficar perguntando a cada 10km: “tá chegando?”. Tango, ao contrário, foi paciente e cúmplice. Até no perrengue ele é fiel.

Ao chegarmos no hotel fazenda, era nítida a euforia dele. Não sabia para onde olhar, nem para onde queria ir primeiro. Dava uns passinhos cheirando tudo e voltava correndo até mim e pulava nas minhas pernas. Coisa mais linda e fofa.

Naturalmente, o levei para uma boa caminhada como recompensa. Não demorou nada pra que ele começasse a ser o centro das atenções, não apenas por ser um cão lindo, mas porque ele é muito simpático e adora interagir com pessoas, crianças e animais. Ao menor sinal de qualquer ser vivo, ele se empina e fica em pé, equilibrando-se nas patas traseiras. Não é à toa que o nome dele é Tango. Ele dança...e dança com classe e categoria.

Esse sucesso tem se repetido diariamente. Seja criança, adolescente, adulto, homem ou mulher...todos se encantam com o carisma de Tango.

Na primeira noite, achei que ele fosse estranhar o ambiente. Eu até trouxe a cama dele, embora ele costume dormir em qualquer lugar, menos nela. Trouxe também seus brinquedos preferidos, para ele não estranhar muito. Porém, a preocupação era só minha. Mais uma vez ele me surpreendeu e dormiu feito um anjo a noite inteira. Eu, sim, custei a pegar no sono, mesmo com todo o cansaço que estava sentindo.

Agora, voltando ao ponto em que eu mencionei que o Tango adora interagir com animais, tenho de acrescentar que esse assunto dá tanto pano pra manga que daria um capítulo à parte. Por aqui, o que não falta são animais: galos, galinhas, gatos, cachorros, pássaros, pavão e lagartos. Imagine a cena. Tango está tocando o terror nos bichinhos, no bom sentido, é claro!

É bonitinho demais ele tentando brincar com os animais. Só que eles fogem na velocidade da luz. Detalhe, o Tango não late, mas fica eufórico. Fica todo serelepe. É engraçado de ver.

Ainda sobre os animais, hoje tomamos um susto. Na realidade, o susto foi mais meu do que dele. Existem dois cachorros aqui no hotel. Um deles já está bem velho e fica solto pela área. Ele já está tão debilitado pela idade que nem reage. O outro é um labrador preto lindo de viver, mas enorme. Esse fica preso e late incansavelmente quando passamos por ele. Pois bem, eu e o Tango estávamos numa mesa em frente à sede do hotel, onde fica o restaurante e a recepção, quando de repente o labrador já estava em cima do Tango rosnando.

Meu coração saltou direto do peito pra boca. O Tango estava com a corda da coleira presa ao braço de ferro do banco, ou seja, ficou acuado pelo labrador. O pior é que ele queria brincar com o cachorro. Eu nem pensei duas vezes, me coloquei entre os dois tentando afugentar o labrador, sem sucesso. Enquanto tentava proteger o Tango com o meu corpo, comecei a gritar por ajuda. Um rapaz do hotel apareceu e com certo esforço conseguiu conduzir o labrador de volta ao lugar dele. Ufa!

Quando consegui pegar o Tango, o coraçãozinho dele estava batendo forte, tadinho. Acho que ele se assustou mais comigo do que com o labrador, mas sabe como é mãe, né? Para proteger a cria, vira leoa. Passados alguns minutos, tudo voltou à normalidade e tranquilidade habitual.

No mais, por aqui ou por onde quer que ele esteja, o Tango é só alegria: a que ele sente e a que ele faz os outros sentirem.

Escrito por Patricia Limeres – em 17/05/2016


Comentários

E o que falar sobre ter um animalzinho como filho?
O Tango tem sorte de ter uma mamãe como voce.
Uma mãe que nem sabia como era ser mãe, kkkkk, ainda mais de bichinho, que por sinal é uma ótima escolha.
Eu tenho 8, quatro cachorrinhos (Moleque, Jolie, Amora e Mel) e quatro gatinhos (Felícia, Pedrinho, Heitor e Alice), todos resgatados da rua.
Por conta deles, hoje moramos numa casa e nossa qualidade de vida mudou em 100%.
Eles são doceis, amados e super comportados.
Nossos amigos sempre dizem que não dá pra perceber que tem 8 animais em casa.
Hoje somos muito mais felizes e alem disso, (bem diferente de filhos humanos) não gastamos com roupas caras, nem balada, nem ficamos acordadas enquanto não chegam da rua, não trazem as namoradas pra dormir em casa, não gastamos com faculdade e o melhor de tudo "eles nunca vão sair de perto da mamãe", rs.
O Tango também deve ter mudado sua vida, porque qualquer filho de 4 patas muda.
Tenho muito orgulho de saber que voce fez um roteiro que ele pudesse te acompanhar.
Espero que os donos de onde voce está, tratem os cães também com muito amor.
Um beijo em voce e 100.00000000000000000000000000000 no Tango.
Delba
Patricia Limeres disse…
O Tango mudou completamente a minha vida...para melhor!!!
Adorei seu comentário!!!beijos
Alessandra Limeres disse…
Que coisa mais esse querido cão com o nome de Tango!
Tinha absoluta certeza que ele iria encantar à todos e tambem se encantar com essa maravilha de lugar que você descreve.
Gostaria de ser um inseto e poder presenciar todas essas belezas naturais
Mas a parte do labrador prefiro nem comentar.... Meu Deus que susto kkkk
Aja coração de mãe, viu! Kkk
Lindos da minha vida, amo d+ vocês.
Patricia Limeres disse…
Nem te conto. Hoje cedo, antes de irmos embora do hotel, tivemos mais um episódio com o Labrador. Só que dessa vez, não tinha quem me socorresse, pois era 6h30 da manhã e não tinha ninguém. O guarda devia ter saído do turno um pouco antes e soltou o cão até que os funcionários do hotel chegassem. Só que eu fui dar uma volta com o Tango para ele fazer xixi e coco antes de colocá-lo no carro...imagina a cena: assim que vi o Labrador, peguei o Tango no colo...só que o bicho correu pra cima de mim e ficava pulando...aff. Ainda bem que foi só mais um susto. Conseguimos escapar...rs

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