Então, é Natal
Então é Natal, e o que você fez?
Simone, eu não sei você, mas eu fiz mais coisa que devia, que cabia.
Sabe quando a tampa da caixa não fecha, porque não comporta todo o conteúdo socado dentro?
Sabe quando a porta da carro não bate pelo excesso de bagagem ou pessoas?
Sabe quando o prato tá cheio, transbordando...deixando rastros pelo caminho entre a balança e a mesa?
Sabe quando você não tem mais mais e pés pra equilibrar os pratos?
Sabe quando você troca quatro pneus ao mesmo tempo com o caminhão em movimento e é você que está dirigindo o caminhão?
Pois é...foi mais ou menos tudo isso que eu fiz em 2024.
Mas não foi só isso.
Chorei de raiva.
Chorei de tristeza.
Chorei de emoção.
Chorei de alegria também.
E, por falar em alegria, sorri discretamente, gargalhei escandalosamente.
Dancei - sozinha e acompanhada - nos bailes ou na sala de casa.
Dormi menos que o recomendado.
Trabalhei mais que o acordado.
Viajei menos que o desejado.
Amei na medida do possível.
Fui amada na mesma proporção e lógica,
embora não haja lógica nenhuma no amor.
Não me apaixonei. Tentei, ao menos em sonho, mas nem lá, nos sonhos.
Fui à praia para bronzear ou caminhar pouquíssimas vezes, embora more há três quadras dela.
Comi e bebi o que senti vontade. Com isso, engordei. E, não, não malhei.So tentei.
Me desapontei com um bocado de gente. E tudo bem porque certamente deve haver quem tenha se desapontado comigo também.
Chego ao fim do ano com a sensação de que sou aquela durona na queda de.araque. Sim, porque eu não soube dizer todos os NÃOS que eu gostaria, ou melhor, deveria.
Não soube impor limites necessários.
Para 2024?
Eu não espero NADA!
E sinceramente espero que se espere nada de mim também.
Por Patricia Limeres, em 24/12/2023.
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