Fiquei

Fique em casa! Foi o comando de ação recebido. E, como obediente que sou, fiquei, em casa. Um mês, dois meses e, lá pelo terceiro, percebi que eu não tinha sacado direito o recado. O fique em casa quase nada tinha a ver com o espaço físico dividido por paredes que chamamos de casa.

O sentido era maior e menos raso. Era pra eu ficar em minha casa: corpo, mente. Não, nada de apenas uma visita rápida. O convite envolvia prolongar a estadia. Permanecer por tempo indeterminado. Observar com mais atenção os sentimentos. Cuidar dos pensamentos. Aceitar. Perdoar e pedir perdão. Eliminar pesos. Libertar. Recapitular o que tenho feito e, sobretudo, o que não tenho feito. Identificar como ambos afetam a mim e aos que me cercam. E, por fim, escolher.

Sem resistência, escolhi ficar em casa. Na verdade, nas duas casas: na de paredes e na interior. Se me arrependo? Tá de brincadeira. Se tinha escolha melhor, eu desconheço.

 

Escrito por Patricia Limeres – em 11 de outubro de 2020.

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