Teria sido...

Teria sido o olhar penetrante ou quem sabe o sorriso faceiro?
Ambos suspeitos potenciais.

Teria sido o jeito de se movimentar com segurança, atraindo para si a atenção de qualquer pessoa que veja além de padrões replicados?

Indício plausível.

Teria sido a desenvoltura ao dançar, num ritmo e sequência de movimentos unicamente seus?
Possibilidade elevada ao quadrado.

Teria sido a capacidade natural de descrever coisas, sabores, texturas, cheiros e cores?

Sensibilidade como diferencial concreto.

Teria sido a forma singular de enxergar a vida e as pessoas?
Forte candidata à culpa. No entanto, todos são inocentes até que se prove o contrário.

Teria sido o dom de tocar a alma antes e depois de tocar a pele?
Dotes sensoriais têm peso dois.

Teria sido a habilidade de despertar no outro a necessidade de olhar para dentro e pensar fora da caixa?
Quase equivale ao “xeque mate”.

Teria sido o gosto pela culinária?
Fisgar pelo estômago é um truque antigo, mas ainda eficaz.

Teria sido o charme da voz rouca que chega aos ouvidos como um doce sussurro?
Probabilidade real.

Teriam sido a boa conversa e o riso solto?
A naturalidade é um convite de fácil aceite.

Teria sido por uma única dessas razões ou por todas elas reunidas?

Todas as evidências indicam a segunda opção.

Veredito final: ela se apaixonou, seja lá por qual motivo ou em qual momento.
Simplesmente aconteceu. Diante dos fatos, estranho seria se não acontecesse.

Teria sido a paixão correspondida?
Não se pode afirmar. Tal hipótese é mero material para uma nova investigação.

Por Patricia Limeres – em 30 de outubro de 2017.


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