Entre uma e outra, posso escolher nenhuma?
Entre a espera e a distância, não consigo apontar de imediato a pior. Empate técnico. Será mesmo? Não. Pensando melhor, consigo sim. Pior que a distância é a espera.
Pode parecer estranha tal afirmativa. Afinal, é certo que a distância gera saudade, provoca a falta, resulta em ausência que chega doer, mas e a espera? A espera vai além. Normalmente maltrata por essência, causa angústia, desperta ansiedade, tira o sono, traz desconforto, desequilibra.
A distância, quando geográfica, é exata. Pode ser medida por quilômetros, milhas, jardas, léguas. É só escolher. A espera é quase sempre indefinida.
A distância, às vezes, depende apenas de uma simples iniciativa para ser reduzida, quebrada ou até rompida. Já a espera, por vezes, nos faz impotentes.
Pode-se dizer que a distância, até certo ponto, se administra. E quanto à espera? Como começa? Quando termina? E, quanto tempo rouba de nós? Dizem que nunca se perde tempo. Tenho dúvidas. Será que não mesmo?
É incrível a quantidade de perguntas que brotam. Preciso parar de gerar novas perguntas e procurar as respostas, mas elas não estão prontas, disponíveis e facilmente acessíveis. Não. Quem dera que fosse simples assim!
Tenho a impressão, talvez equivocada, de que algumas delas hei de encontrar dentro de mim, escondidas. Já outras, certamente estão ao encargo do tempo. E será esse tempo - determinado por uma força maior, invisível aos olhos e intraduzível -, o responsável por me trazer possíveis respostas. Se compreensíveis, não sei. Sim, porque mesmo quando só nos resta esperar...nem sempre esperar é o suficiente. É quando “o que” ou “quem” esperamos não vem.
Percebe que já não se trata de uma espera única, isolada? São duas. Na realidade, três. Porque quando percebemos e aceitamos que o tão esperado por nós não virá, passamos a esperar por aquilo que está por vir, mesmo o desconhecendo por completo.
Contudo, não quero dizer com isso que lidar com a distância seja algo insignificante. Longe disso. É, sem dúvida, tarefa difícil e delicada. Porém, penso que a distância, comparada à espera, é quase nada. Até porque a própria distância, de uma forma ou de outra, envolve espera ou esbarra nela em determinado ponto.
Até aqui, me ative à distância concreta. Àquela que separa as pessoas por oceanos, trilhos, estradas. No entanto, não posso deixar de mencionar outro tipo de distância. Considero a pior das distâncias, se é que existem outras além dessas. Arrisco dizer que ela não apenas se compara, mas se equipara à espera.
Trata-se da distância que criamos, quando construímos barreiras intransponíveis que nos separam, inclusive, das pessoas mais próximas.
E a elenco como a pior pelo simples fato de criar abismos, ao invés de construir pontes; instalar grades, onde poderiam existir portas e janelas; e levantar muros, no lugar de portais.
Dessa distância, em específico, tenho medo...e quero distância.
Por Patricia Limeres – em 25 de abril de 2011.
Pode parecer estranha tal afirmativa. Afinal, é certo que a distância gera saudade, provoca a falta, resulta em ausência que chega doer, mas e a espera? A espera vai além. Normalmente maltrata por essência, causa angústia, desperta ansiedade, tira o sono, traz desconforto, desequilibra.
A distância, quando geográfica, é exata. Pode ser medida por quilômetros, milhas, jardas, léguas. É só escolher. A espera é quase sempre indefinida.
A distância, às vezes, depende apenas de uma simples iniciativa para ser reduzida, quebrada ou até rompida. Já a espera, por vezes, nos faz impotentes.
Pode-se dizer que a distância, até certo ponto, se administra. E quanto à espera? Como começa? Quando termina? E, quanto tempo rouba de nós? Dizem que nunca se perde tempo. Tenho dúvidas. Será que não mesmo?
É incrível a quantidade de perguntas que brotam. Preciso parar de gerar novas perguntas e procurar as respostas, mas elas não estão prontas, disponíveis e facilmente acessíveis. Não. Quem dera que fosse simples assim!
Tenho a impressão, talvez equivocada, de que algumas delas hei de encontrar dentro de mim, escondidas. Já outras, certamente estão ao encargo do tempo. E será esse tempo - determinado por uma força maior, invisível aos olhos e intraduzível -, o responsável por me trazer possíveis respostas. Se compreensíveis, não sei. Sim, porque mesmo quando só nos resta esperar...nem sempre esperar é o suficiente. É quando “o que” ou “quem” esperamos não vem.
Percebe que já não se trata de uma espera única, isolada? São duas. Na realidade, três. Porque quando percebemos e aceitamos que o tão esperado por nós não virá, passamos a esperar por aquilo que está por vir, mesmo o desconhecendo por completo.
Contudo, não quero dizer com isso que lidar com a distância seja algo insignificante. Longe disso. É, sem dúvida, tarefa difícil e delicada. Porém, penso que a distância, comparada à espera, é quase nada. Até porque a própria distância, de uma forma ou de outra, envolve espera ou esbarra nela em determinado ponto.
Até aqui, me ative à distância concreta. Àquela que separa as pessoas por oceanos, trilhos, estradas. No entanto, não posso deixar de mencionar outro tipo de distância. Considero a pior das distâncias, se é que existem outras além dessas. Arrisco dizer que ela não apenas se compara, mas se equipara à espera.
Trata-se da distância que criamos, quando construímos barreiras intransponíveis que nos separam, inclusive, das pessoas mais próximas.
E a elenco como a pior pelo simples fato de criar abismos, ao invés de construir pontes; instalar grades, onde poderiam existir portas e janelas; e levantar muros, no lugar de portais.
Dessa distância, em específico, tenho medo...e quero distância.
Por Patricia Limeres – em 25 de abril de 2011.
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