Tem gente que não sabe pedir

Passei a vida inteira pedindo e esperando pelo dia, pelo momento em que eu encontraria alguém especial o bastante para compartilhar uma vida. O meu pedido foi atendido, em parte, e a vida realmente me concedeu alguns dias, encontros e pessoas especiais. No entanto, foram pessoas que chegaram, entraram em meu dia a dia, permaneceram por algum tempo – umas mais, outras menos – e se retiraram.

Os motivos? Ah, normalmente são inúmeras as razões das dissoluções. Algumas das partidas e despedidas foram inevitáveis, outras foram desejadas, eu confesso. Já outras, foram absolutamente inesperadas. Não faltaram também os rompimentos indesejados e, por vezes, até incompreendidos. Em busca de entendimento, nos intervalos entre os sorrisos e as lágrimas, entre os encontros e desencontros, chegadas e despedidas, encantamentos e decepções, eu sempre recorri à reflexão. E foi em um desses encontros comigo mesma, que percebi que estava fazendo um pedido equivocado.

Curioso isso, mas eu não quero mais encontrar alguém. Encontrar alguém não é suficiente. Na realidade, o que eu espero é conseguir, um dia, me encontrar em alguém. O mesmo alguém que também se encontre em mim.

Tal encontro, em definitivo, não se traduz em algo simples. Está aí, a razão dessa espera que parece infinita. Mas prefiro me alimentar da crença de que deve ser fascinante a experiência de se reconhecer no outro. Então, só me resta pedir que esse dia não tarde a chegar, porque já foram muitos os encontros desencontrados proporcionados pela vida. Não que eu esteja reclamando. E também não me arrependo por tê-los vivenciado. Em verdade, os encaro como experiências válidas, pois foram me preparando.

Levou tempo, mas nunca estive tão pronta para o verdadeiro encontro.

Por Patricia Limeres – escrito em 31/01/2010.

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