SER e TER amigo(a) é...

... simplesmente nunca se sentir só.
Tanto já se escreveu sobre a amizade. Bem difícil encontrar algo que ainda não tenha sido dito ou escrito. Mas também...não estou aqui tentando inventar a roda. A amizade é o que é, independente das inúmeras significações que já criaram para ela. Amizade é o que se sente e nem sempre o que sentimos, traduzimos.

Amizade é laço. É fruto de vidas que se entrelaçam.

Amizade se traduz, em parte, em segredos revelados; sentimentos confessados; e desejos compartilhados.

SER amigo(a) é escolha. É como traçar um caminho, construir um percurso e seguir essa via de acesso, respeitando sempre os limites permitidos de velocidade, sem ultrapassar. TER amigo(a) é consequência da escolha primeira. É como chegar ao destino desejado e perceber que alguém pensou em você e construiu aquele retorno de acesso à via que conduz ao caminho de volta. Sem atalhos. Agora, são duas vias que permitem ir e vir, numa confluência constante e permanente que resulta em troca espontânea. Isso é “SER” e “TER” amigo(a).

É muito comum a vida tentar desatar os laços de amizade, mas a amizade verdadeira sobrevive ao tempo. Sobrevive à distância também. É certo que passa por transformações, mas sobrevive.

O que me fez escrever sobre essa temática tão “batida” foi a percepção de que a vida, tentando desatar alguns laços na minha vida, só me fez o favor de atá-los com força ainda maior. Digo isso, porque duas grandes amigas, por circunstâncias dessa mesma vida, precisaram ir para longe, muito longe.

Eu não lembro se já escrevi sobre isso, mas sempre tive dificuldades para lidar com despedidas. Foi bem difícil. Mas não foi difícil só para mim. Aliás, foi tão ou mais difícil ainda para elas, pois eu fiquei longe de duas amigas. Elas ficaram longe de todos os amigos. Só que a gente fez um pacto. Uma dava força para a outra à distância. Ainda bem que oscilávamos de estado de espírito num rodízio natural que sempre possibilitou isso.
Uma dessas grandes e queridas amigas, a Yara, já está de volta. Continua um pouco distante fisicamente, mas nada comparada à distância geográfica de antes. Já a Celeste continua navegando por mares estrangeiros. Há pouco tempo, ela deu um pulo em terra firme, matou um pouco das saudades dos que ficaram por aqui e partiu novamente para mais uma longa temporada em alto mar.

E, para ser sincera, não foi “o que” me levou a escrever sobre a amizade, mas “quem”. Hoje, dia 6 de agosto, a Celeste faz aniversário. E está para nascer alguém (pelo menos que eu conheça) que comemore mais intensamente o aniversário do que ela. Se ela estivesse por aqui, seria motivo para uma semana inteira de comemorações. E seria justo, viu? Porque a Cel (como costumamos chamá-la) tem uma alegria de viver, uma sede de vida que é admirável e precisa ser celebrada à altura. À altura da pessoa formidável que ela é.

Celeste, minha amiga, eu tenho certeza que você vai ler esse texto. Você sempre lê o que escrevo (aliás, obrigada pelos comentários). Mas esse aqui é especial. Esse foi escrito em sua homenagem. Infelizmente, não poderei lhe dar aquele abraço apertado, nem poderemos brindar juntas a você e a sua vida, nem poderei lhe entregar o seu presente, mas saiba que estou projetando para o universo a energia do meu abraço, do meu carinho por você e de tudo o que lhe desejo e, quero crer, que a força da amizade sincera que tenho por ti consiga fazer chegar tudo isso até você.

Ter a sua amizade foi uma das minhas melhores conquistas. Sempre falamos que se fôssemos irmãs, não teríamos tantas afinidades. Ser sua amiga é estar sempre vivendo algo que faz lembrar você. Então, não é um oceano de nada que irá mudar isso...rs.

Quero finalizar dizendo que para ser amigo(a), não precisa estar necessariamente perto, mas é imprescindível estar dentro. Dentro do coração.

Por Patricia Limeres – em 06 de agosto de 2010.

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