A soberania do tempo

Ah...o tempo.
Será ele soberano?
Não, penso que não.
Mas se não é, por que permitimos nos escravizar por ele?
É, pensando bem,
apenas acho que não,
mas ainda não estou certa disso.
Dependemos do tempo para tudo, ou quase.
Precisamos de tempo para tudo, sempre.
Inúmeras vezes ele nos é imposto.
Aí, vem disfarçado de prazo,
mas ainda assim,
é tempo.
Bem, analisando assim,
é provável que ele realmente esteja acima de nós.
Acima da nossa vontade também.
Sim, porque às vezes,
o tempo que a gente precisa não vem.
Já outras,
o tempo que nos é solicitado parece interminável.
E há também o tempo indeterminado das coisas, da vida.
Tá certo, mudo de ideia.
O tempo aparenta ser, de fato, soberano.
Mas...espera aí.
Também não é pra tanto.
Não é sempre,
em todo o tempo,
que o tempo é soberano.
Irônico corrermos sempre contra o tempo,
para atingirmos o tempo.
Os prazos impostos podem ser extrapolados.
Aliás, cá pra nós, às vezes, devem.
O horário marcado pode ser alterado.
Por que não fugir à regra uma vez ou outra?
A chegada prevista pode ser atrasada.
Esperar um pouquinho não mata, mata?
A partida agendada pode ser adiada.
Quantos não ficarão felizes com isso?
O tempo em si não é soberano.
Soberanas são as nossas escolhas.
Escolhas que também têm seu tempo.
O nosso tempo.
O tempo de cada um.
Esse tempo intransferível de cada um. Esse, sim, é soberano.
E a decisão de como gastar esse soberano tempo,
compete a cada indivíduo, único e soberano em suas escolhas.

Por Patricia Limeres - escrito em 13/07/07.

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