Viagem no tempo
As últimas leituras ficaram reverberando aqui, na mente e em cada cantinho de mim.
Uma delas, fazia a seguinte provocação já na capa: se você pudesse viajar no tempo para o passado quem você encontraria? (era isso ou algo assim)
De cara, já tinha minha resposta.
Fui lendo e repensando, não sobre a escolha. O "quem" não mudara.
O debruçar era sobre efetividade e desdobramento. De novo, o tempo ilusório.
O passado já foi. Não há nada que eu possa fazer com ele. Ainda que voltasse no tempo, seria só para descortinar o invisível.
Tá, mas e aí? E depois?
Estaria pronta para lidar com a realidade, sem poder alterá-la?
Vejo beleza nessa intenção quase ingênua de voltar no tempo pra fazer diferente, mas qual a garantia de que seria o bastante para um desfecho satisfatório?
Não há qualquer garantia.
Mesmo sem uma máquina do tempo, que nos teletransporte para um exato momento do já vivido na tentativa de mudar o próximo capítulo, insistimos em tentar voltar (do nosso jeito).
Costuma dar ruim na maioria das vezes. Tem exceções? Tem. É só pagar pra ver qual será o caso pelo simples alívio do "pelo menos eu tentei".
No meu caso, acolhi a impossibilidade e optei por olhar para o que tenho. Ressignifico e sigo. Olhar em frente, com espiadelas atrás vez em quando.
Um dia, em outra vida talvez, nos reencontremos e possamos, então ,nos conhecer e reconhecer.
Por Patricia Limeres, em 20/8/2023.
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