Alguém teve uma ideia
Outro dia, recordando cenas do passado, tive um estalo e descobri que a minha sede por leitura vem de muito cedo. Eu diria até que não é apenas sede, é quase uma angústia.
Toda vez que entro em uma livraria ou biblioteca, olho para aquele amontoado de livros e títulos, de cores, texturas, tamanhos, formas e grossuras diferentes, e fico pensando que mesmo que eu vivesse o equivalente a três encarnações em uma só vida, não conseguiria ler metade daqueles livros. E pensar que todos eles representam apenas uma pequena parte do que é publicado em todo o mundo diariamente me deixa realmente sem fôlego.
Mas o que eu estava dizendo é que percebi que essa sensação é companheira antiga. Só que na infância/adolescência tudo é diferente. É engraçado como as crianças não se acomodam. Não se contentam com "o não é possível". Em geral, buscam alternativas ou uma forma paliativa de conseguirem o que querem. E foi assim comigo, no que diz respeito à leitura.
Eu sou a filha caçula e, por conta da diferença de idade entre mim e minhas irmãs, divertido mesmo era passar os finais de semana na casa de minha tia, pois lá eu contava com a companhia das minhas primas Renata e Vanessa, que tinham praticamente a mesma idade que eu. A leitura sempre estava entre as várias brincadeiras e atividades que desenvolvíamos. Um dia, tivemos uma ideia. Por que ler apenas um livro de cada vez, se a gente pode ler três livros ao mesmo tempo?
A brilhante ideia funcionava da seguinte forma: cada uma de nós escolhia o livro que queria ler. Feito isso, nós estabelecíamos a sequência que teríamos de obedecer. Então, cada uma lia um capítulo do seu livro em voz alta e quando encerrava o capítulo dava a vez para a próxima ler o seu...até terminar os três livros. Assim, líamos três livros ao mesmo tempo.
Recordo-me que a gente tinha o maior orgulho por termos tido essa ideia. Era incrível poder otimizar a leitura dessa forma. Porém, também lembro que o processo era muito divertido, pois imaginem a confusão que uma história provocava na outra lá pelo 5º ou 6º capítulo. Muitas vezes, a gente já não sabia qual era a história de qual livro. Era uma mistureba só, mas o importante era ler os três livros juntos. Dá para acreditar numa história dessas? Mas é verdade! Como é fértil o campo inventivo da mente de uma criança.
Se eu não estiver enganada, nessa época eu deveria ter uns 12 anos, no máximo 13. Nessas sessões de leitura coletiva, um dos livros que ficou marcado na memória foi "De Repente Dá Certo", de Ruth Rocha. Dessa história eu lembro por completo, sem interferência de outras histórias (eu acho).
Por Patricia Limeres - em 12 de julho de 2010.
Toda vez que entro em uma livraria ou biblioteca, olho para aquele amontoado de livros e títulos, de cores, texturas, tamanhos, formas e grossuras diferentes, e fico pensando que mesmo que eu vivesse o equivalente a três encarnações em uma só vida, não conseguiria ler metade daqueles livros. E pensar que todos eles representam apenas uma pequena parte do que é publicado em todo o mundo diariamente me deixa realmente sem fôlego.
Mas o que eu estava dizendo é que percebi que essa sensação é companheira antiga. Só que na infância/adolescência tudo é diferente. É engraçado como as crianças não se acomodam. Não se contentam com "o não é possível". Em geral, buscam alternativas ou uma forma paliativa de conseguirem o que querem. E foi assim comigo, no que diz respeito à leitura.
Eu sou a filha caçula e, por conta da diferença de idade entre mim e minhas irmãs, divertido mesmo era passar os finais de semana na casa de minha tia, pois lá eu contava com a companhia das minhas primas Renata e Vanessa, que tinham praticamente a mesma idade que eu. A leitura sempre estava entre as várias brincadeiras e atividades que desenvolvíamos. Um dia, tivemos uma ideia. Por que ler apenas um livro de cada vez, se a gente pode ler três livros ao mesmo tempo?
A brilhante ideia funcionava da seguinte forma: cada uma de nós escolhia o livro que queria ler. Feito isso, nós estabelecíamos a sequência que teríamos de obedecer. Então, cada uma lia um capítulo do seu livro em voz alta e quando encerrava o capítulo dava a vez para a próxima ler o seu...até terminar os três livros. Assim, líamos três livros ao mesmo tempo.
Recordo-me que a gente tinha o maior orgulho por termos tido essa ideia. Era incrível poder otimizar a leitura dessa forma. Porém, também lembro que o processo era muito divertido, pois imaginem a confusão que uma história provocava na outra lá pelo 5º ou 6º capítulo. Muitas vezes, a gente já não sabia qual era a história de qual livro. Era uma mistureba só, mas o importante era ler os três livros juntos. Dá para acreditar numa história dessas? Mas é verdade! Como é fértil o campo inventivo da mente de uma criança.
Se eu não estiver enganada, nessa época eu deveria ter uns 12 anos, no máximo 13. Nessas sessões de leitura coletiva, um dos livros que ficou marcado na memória foi "De Repente Dá Certo", de Ruth Rocha. Dessa história eu lembro por completo, sem interferência de outras histórias (eu acho).
Por Patricia Limeres - em 12 de julho de 2010.
Comentários
Eu me lembro perfeitamnete da cena... nós três deitadas lendo e ouvindo histórias...
E pensar que hoje não arrumo tempo pra ler se quer um de cada vez!!!
beijos... saudades!
PS. eu adooro todos os seus textos... vc é demais prima!
Precisamos combinar de ler juntas novamente 3 livros, sera divertido
bjos - saudades - Renata
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