Vamos vender e comprar clichês?

Hoje, eu quero apenas colocar para fora tudo aquilo do que está cheio o meu coração. Me refiro às coisas negativas, às coisas pequenas, porém, destrutivas. Porque das coisas boas, ah...dessas eu não abro mão e mantenho-as bem dentro da melhor parte que há em mim.

Eu não quero pensar em escrever bem ou bonito. Hoje não. Hoje, eu quero apenas escrever, registrar. Estou cansada. Cansada das mesquinharias da vida, ou melhor, das pessoas que vivem as suas vidas sem pensar ou se preocupar com a vida daqueles que a cercam.

Estou decepcionada. É muito falta de cuidado e respeito: palavras e práticas que estão entrando em extinção nesse planeta que se denomina Terra, habitado pelo homem, o famoso animal racional. Que se dane a razão! Eu abriria mão facilmente dela. Preferia ser irracional. Sim, porque os animais irracionais são muito mais evoluídos, muito mais sensíveis, leais e mansos que os homens.

Houve um tempo em que eu cheguei a pensar em procurar me indignar menos com as coisas e as pessoas. Impossível! No dia em que conseguir essa proeza, terei deixado de ser HUMANA. Eu me indigno, sim. E me indigno porque procuro ser reta, ainda que por vezes tenha seguido por caminhos um pouco tortos. Admito: errei, erro e sou passível de voltar a errar, pois sou imperfeita. No entanto, reconheço meus erros, minhas falhas, meus enganos e sofro por eles. Me arrependo por eles. E não aguento aquele jargão: “Eu não me arrependo de nada do que fiz. Me arrependo apenas do que não fiz”. Pura balela. Eu me arrependo principalmente pelo que fiz. E me arrependo também pelo o que não fiz, às vezes.

Hoje, eu estou querendo vender e comprar clichês, mas com a proposta de praticá-los de verdade e com verdade:
“Respeite para ser respeitado”
“Não faça com os outros o que não gostaria que fizessem com você"
"Pratique sempre o exercício de se colocar no lugar do outro”
“Não julgue para não ser julgado”

Alguém quer comprar? Alguém tem algum outro para vender? Estou disposta a comprar e, sobretudo, praticar. Não com a intenção ingênua e inocente de mudar o mundo ou as pessoas, mas para mudar o meu mundo. Sim, porque o meu mundo eu quero que seja diferente.

Por Patricia Limeres - escrito em 04/9/2009.

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